E-RESENHAS

19 fevereiro 2007

CRISTIANISMO E LIBERALISMO


RESENHA
Ashbell Simonton Rédua[*]



Machen, J. Gresham. Cristianismo e Liberalismo. São Paulo: Puritanos, 2001, 181 p.

Um dos defensores mais articulados da teologia cristã ortodoxa contra as tendências do liberalismo e do racionalismo cristão na primeira metade do século XX foi J. Gresham Machen. Influenciado pela formação protestante reformada, Machen foi educado para ser pastor no Seminário Princeton (outrora um centro de calvinismo conservador), e escreveu inúmeros textos religiosos, Atormentado pelas forças do liberalismo teológico, Machen deixou seu posto como professor em Princeton e fundou o Seminário Teológico de Westminster e a denominação Presbiteriana Ortodoxa.
Sua obra mais importante sobre o problema da liberdade é este livro: Cristianismo e liberalismo, onde ele defende o Protestantismo Ortodoxo. Marchen via o liberalismo teológico e o aumento do controle estatal crescendo ao mesmo tempo e advertiu que enquanto a igreja deixasse de cumprir suas obrigações bíblicas para com os fiéis, uma lacuna seria criada e preenchida pelo Estado.
É importante observar que o autor afirma que a teologia liberal, dava ênfase ao racionalismo do século XVIII, época em que nasceu, cresceu e amadureceu. A teologia liberal afirmava, entre outras coisas, que o homem pode chegar ao conhecimento de Deus por meio da revelação geral, ou seja, através da revelação de Deus na criação/natureza, ou ainda, que o homem é capaz de chegar ao conhecimento de Deus por meio da razão. Tal compreensão do fazer teológico é característico da teologia natural, segundo a qual a base da fé é a revelação comprovada pela razão. Assim, a teologia liberal procurou sempre estabelecer teorias acerca do conhecimento de Deus, partindo de fontes como as ciências e as filosofias. Se teorias podiam levar ao conhecimento de Deus, práticas e/ou processos que expressassem essas teorias poderiam levar à salvação. E aqui entram, por exemplo, a ética e justiça social.
O único inimigo do liberalismo é a firme adesão à autoridade e suficiência das Escrituras. Lamentamos o fato de que muitos evangélicos mudaram de "pregar" para "compartilhar" a Palavra de Deus, o que sutilmente transfere a autoridade da Palavra de Deus para a experiência e opinião humanas. Tal comprometimento, além de não ajudar o incrédulo a enxergar a luz; ainda o deixa mais cego. Essa tolerância estimula a resistência dos homens em se submeterem à autoridade de Deus. O liberalismo, inevitavelmente, endurece cada vez mais contra a verdade.

[*] [*] Ashbell Simonton Rédua, pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai em Niteroi e membro da Junta Teológica da IPB.

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