E-RESENHAS

19 fevereiro 2007

O Conforto do Conservadorismo


RESENHA
Ashbell Simonton Rédua[*]



PARKER, J.I. O Conforto do Conservadorismo. In Religião de Poder.Vários autores. São Paulo: Cultura Cristã. 288 pg (p. 231-243)

Parker explora neste capítulo inserido no Livro Religião de Poder, algo surpreendente para o conhecimento da igreja do que venha a ser o verdadeiro tradicionalismo, num contexto em que muito se discute e pouco se sabe. Por isso, podemos entender que seu pensamento extrai com fidelidade o que seja o conservadorismo ou tradicionalismo.
Assim como o autor define há dois tipos de conforto cordial no qual as Escrituras traduz o conforto com palavras, com o objetivo de fortalecer, revigorar . Há também um segundo conforto, o conforto almofada, o que faz com que as pessoas se sintam melhores, porém quando for longo este tipo de conforto, ele enfraquece e irrita em fez de fortalecer.
O autor descreve também o tradicionalismo desta mesma forma, o conservadorismo criativo, e o conservadorismo carnal. O primeiro é inteligente, é arrojado, inovador e até revolucionário, contudo é a decisão heróico de preservar algo visto na herança cultural como de real valor. O segundo é obstinado, cego, pobre e nu, bitolado, irracional e busca somente agarrar-se ao passado. Mas mesmo assim, sempre tentando, se manter dentro dos princípios teológicos já experimentados no passado e expondo idéias com extremo cuidado.
Quando não se conhece as raízes do conservadorismo, entenderá apenas como se fosse um movimento separatista, alienado tentando preservar a verdade cristã. Sob este aspecto a falsa compreensão do que é tradicional leva o crente a acomodar a fé cristã ao erro e trair o ensino bíblico como tarefa da igreja cristã de defender a fé que uma vez por todos foram entregue aos santos.
O conservadorismo criativo utiliza-se da tradição, não como autoridade final ou absoluta, mas como recurso importante colocado à nossa disposição pela providência de Deus, afim de nos ajudar a entender o que a Escritura está dizendo sobre quem é Deus, quem somos nós, o que é o mundo ao nosso redor, e o que fomos chamados para fazer aqui e agora.
Sempre há pessoas que temem, e com razão, o novo e o desconhecido. O conservadorismo deve se estender à teologia, à moral e à ética, mas não às estratégias, metodologias de trabalho e ferramentas em uso (a não ser que firam princípios Bíblicos). O temor pelo novo é justificável, desde que aliado à coragem da análise imparcial dos fatos.
Precisamos descobrir a indispensabilidade do dogma sobre a igreja, os Reformadores sempre deram prioridade à verdade.
[*] [*] Rev. Ashbell Simonton Rédua é pastor da Igreja Presbiteriana do Sinai, conferencista e escritor.

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